Seaf transforma Comunidade Terapêutica Tenda de Abraão em referência no projeto-piloto sustentável com sistema de aquaponia

Referência em acolhimento e reabilitação, a Comunidade Terapêutica Tenda de Abraão foi escolhida para a implantação do projeto Ciclo Vivo, uma iniciativa da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf), que utiliza o sistema de aquaponia – técnica inovadora que integra a criação de peixes com a produção de hortaliças de forma sustentável e livre de agrotóxicos.
Uma visita técnica foi realizada na sexta-feira (13.6), com a presença da secretária Andreia Fujioka e de servidores responsáveis pelo projeto, coordenado pelo gestor ambiental da Seaf, Brasílio Soares. A equipe da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejus), representada pela secretária adjunta de Administração Penitenciária, Hermínia Brito, também participou da visita, com o objetivo de avaliar a implantação do sistema em unidades voltadas à ressocialização de reeducandos.
“Acreditamos que projetos como este unem sustentabilidade, inclusão social e geração de renda. A Comunidade Tenda de Abraão é um exemplo de como a dedicação pode transformar vidas e oferecer novas perspectivas para quem está em processo de reabilitação. Com certeza, esse é um case de sucesso que vamos apresentar ao Governo do Estado para que possamos ampliar o acesso”, destacou a secretária da Seaf, Andreia Fujioka.
De acordo com a secretária Andreia Fujioka, Mato Grosso é pioneiro no setor de políticas públicas ao implementar o projeto de aquaponia.
“Embora existam outros projetos na iniciativa privada, nós somos pioneiros nesse segmento”, afirmou a secretária.
A secretária adjunta da Sejus, Hermínia Brito, também ressaltou a relevância e o potencial de expansão do projeto. “Foi muito produtiva essa experiência com o projeto-piloto e inovador. Temos a intenção de levá-lo para o Sistema Penitenciário, para que seja implantado na Colônia Agrícola de Palmeiras. É um projeto eficiente, de inovação tecnológica, e pode ser aplicado no sistema porque nossa intenção é transformar vidas. A agricultura familiar tem esse poder de transformar as pessoas. Os privados de liberdade, ao participarem desse projeto, conseguem transformar não só a si mesmos, mas também resgatar suas famílias, que é o foco do sistema penitenciário”, avaliou.
Instalado em uma área de 170 m², o sistema conta com seis tanques suspensos, com capacidade para 5 mil litros de água cada, abrigando cerca de 250 tilápias por tanque. Com aproximadamente 750 gramas, os peixes já estão prontos para a despesca (abate). A estrutura é isolada de insetos, garantindo maior controle sanitário e eficiência produtiva. Ao lado da piscicultura, são cultivados dois mil pés de hortaliças, com destaque para a alface, totalmente livres de agrotóxicos.
A produção mensal chega, em média, a 250 kg de tilápias, com custo principal da ração entre R$ 700 e R$ 800 por mês. Ao somar a produção das hortaliças, a estimativa de renda mensal pode alcançar R$ 20 mil.
“O sistema foi desenvolvido pensando nos mínimos detalhes, desde o controle climático até o reaproveitamento total da água”, explica o engenheiro civil Elizaldo Barbosa, responsável técnico pela obra. Para garantir a estabilidade térmica dos tanques, caixas d’água foram enterradas, evitando oscilações de temperatura que poderiam prejudicar os peixes.
Um dos diferenciais do projeto é o sistema analógico de filtragem: os dejetos dos peixes são separados e usados para irrigação externa. A água restante passa por filtros biológicos com pastilhas bacterianas de origem alemã, que eliminam microrganismos residuais. Assim, a água limpa retorna às plantas e, posteriormente, aos tanques de peixes, fechando um ciclo contínuo, econômico e sustentável. Desde o início, há seis meses, não foi necessária a reposição de água.
Segundo o gestor ambiental Brasílio Soares, “o sistema de aquaponia utiliza 90% menos água do que a hidroponia convencional e permite uma produção até 10 vezes maior de peixes em comparação aos métodos tradicionais”.
Além da tilápia e da alface, a tecnologia permite o cultivo de outras hortaliças, como cebolinha, rúcula e couve, e a criação de outras espécies aquáticas, como carpas e até camarões, conforme destacou a residente, engenheira agrônoma da Seaf, Gilvana Oliveira.
Com investimento total de R$ 200 mil, o projeto foi viabilizado por emenda parlamentar do deputado estadual Gilberto Cattani e faz parte do programa estadual de incentivo à agricultura familiar e à reabilitação social. A Tenda de Abraão atende atualmente mais de 100 pessoas em processo de reabilitação.
“Nós estamos fazendo as contas e vamos ter uma boa renda. É um projeto que traz dignidade, trabalho e sustentabilidade”, afirmou o pastor responsável pela comunidade, Raimundo Egídio de Assis.
Além da Tenda de Abraão, o projeto está sendo expandido para o Instituto Resgate, em Tangará da Serra, e encontra-se em fase de implantação em mais dois locais: na Associação dos Moradores Rurais Gamaliel I e II, em Cuiabá, e na Associação Comunitária de Mulheres Rurais de Cedral Grande, em Rosário Oeste, já a entidade Fundação Abrigo do Bom Jesus, recentemente esteve na comunidade e verifica a possibilidade de implantar os tanques para fornecer peixes na alimentação dos idosos.
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